Amazónia POST

Olá!!! até 18 de Novembro estarei por aqui. Se der vou colocando News e Fotos. Como me disse recentemente (e com razão) um amigo meu "A viagem mais importante que se pode fazer é encontrar amizades pelo caminho". A essas deixo aqui o meu contacto. Kisses & Hugs P.S. Alguns dos textos poderei também por no meu outro blog: http://www.cronicasfm.blogspot.com

Thursday, October 26, 2006

Porto Velho (dia 5 a 7)

23 de Outubro (dia 5 continuação)

Acabei por ficar a ler até fazer horas para apanhar o avião para Porto Velho às 23:30.
Partilhar um Taxi com uma pessoa que estava no mesmo hotel e ia apanhar o mesmo voo. "Deu prá rachá à côrrida no aeroporto". É um advogado que vai para Porto Velho para montar lá uma empresa. Um tipo às direitas e muito simpático. Ela já tinha um hotel marcado e como eu ainda ia á procura de hotel às duas da manhã (que acabou por ser às 3 pelo atraso do avião) resolvi ir com ele também tentar esse hotel, poupando no taxi outra vez e poupando tempo. Confesso que fiquei de pé atrás porque o hotel era exageradamente barato, 13 Euros por noite!!! Mas chegando lá era uma pensão familiar muito simples mas ultra limpa e as pessoas com boa onda. A casa de banho é do tipo que eu já estou habituado com um chveiro no meio da casa de balho e um ralo no chão. Por um lado é higiénico porque toda a casa de banho é toda lavada cada vez que se toma banho e aqui nó mínimo tem que se tomar uns 4 por dia.
A entrada é feita por um corredor, parte em ceu aberto que liga aos vários quartos. Mais simples era impossível.

24 de Outubro (dia 6 )
Acordei já muito tarde 10h. A vida aqui começa às seis da manhã.
Pequeno almoço na lanchonete colada á entrada do hotel que pertence à dona do hotel. Ela é uma cozinheira de mão cheia. Faz umas empadas de camarão e de Galinha fantásticos
Foi um dia a perceber a cidade. fui às margens do Rio Madeira explorar os barcos que pretendo apanhar para voltar a Manaus. Nessa zona está um museu da Linha Férrea do Madeira Mamoré. Foi uma linha de comboio que foi construída para ligar a um dos pontos mais profundos da amazónia, este, Porto Velho. A sua construção levou uma série de anos e morreram mais de seis mil pessoas na sua construção, não só com a malária mas com a dureza que foi abrir milhares de quilómetros pelo meio da selva virgem. Ironicamente quando terminaram a sua construção já não era tão precisa e em 74 encerraram esta linha férrea.
O museu em si é mais um relato da historia da construção, não tem muito mas é interessante ver a quantidade de locomotivas a vapor que ainda têm lá, fora as que estão abandonadas na selva em zonas que já foram completamente invadidas pela selva.
O resto do dia foi apenas andando pela cidade e arredores. Anda-se prá caramba!!
Aqui chegando às cinco da tarde cai sempre uma chuvada que parece que o ceu vai desabar, depois passa, mas o calor e a humidade a seguir a essas chuvadas são insuportáveis.
Aproveitei o final da tarde para pôr a escrita e a leitura em dia!!!
Dormir cedo e fazer a mala que amanhã deixo o hotel para a Bolívia.

Ah!! tinha-me esquecido de referir. Finalmente tive notícias do Ernesto. Chega amanhã a Manaus fica lá uns dias e depois parte para ir viver com os índios Maku uns dias. Propus-me ir com ele só que neste momento tou a uns dois mil quilómetros de distância. Mas se ele me responder que sim ainda apanho o avião. O meu vôo para aqui custou 70 euros, por esse preço até dá, só que perco a descida do Rio Madeira de Barco que é um dos meus objectivos desta viagem. Logo se vê. O bom destas viagens é viver dia a dia e depois logo se vê.


Dia 25 Outubro (Dia 7)

Acordar
Fazer a mala (À noite sigo Bolívia)
Café da Manhã - Aquelas empadas são uma perdiçao!!!
Perguntar informações para o programa de hoje:
-Ir a uma aldeia - Aldeia de Santo António, onde nasceu Porto Velho
Ir ao Parque ecológico (onde recolhem animais selvagens vítimas de caça furtiva para devolver à selva)
-Ir Guajará-mirim e Bolívia

A caminho da aldeia de Santo António de "ônibus" um senhor já com alguma idade começou simpaticamente a dar-me informações. O nosso destino era o mesmo a aldeia de Santo antónio, eu visitando e ele morando, descemos juntos e convidou-me para tomar uma água em casa dele.
É quase analfabeto mas uma daquelas pessoas que têm o mundo dentro dele. Com uma honradez, uma perspectiva de vida e sobre a vida e com uma sabedoria como acho que não há muitas neste mundo. Acabei por ficar uma série de horas na conversa com ele.

Deu-me uma lição enorme sobre as propriedades medicinais nas ervas daqui. Até os médicos da universidade daqui chaman-no muitas vezes a dar opinião e mandam os alunos aprender com ele as propriedades das ervas. Parece que aqui a medicina e os medicamentos têm uma proximidade com a natureze que a medicina tradicional aí em Portugal não têm.

Deu-me uma série de plantas para trazer, nomeadamente contra a malária (não vá eu precisar). Safa espero que não!!!!

Uma é "Sacaca" e usam aqui o seu chá para curar a malária.
E a outra é "Carrapicho agulha" ou também "Picão" que é usado para desintoxicar e usado também junto com a anterior nos casos de malária
Uma terceira que é administrada com as duas anteriores quando em caso de malária (não troxe esta porque ele não tinha) chama-se "Crajiru" e é para anemia e como ele disse "para dar sangue" é usada também esmagada em pasta para colocar sobre cortes e feridas para sarar mais rápido.

Fiquei a saber também que a casca de laranja serve para ajudar quando se tem problemas grandes de digestão (como eles dizem "arrotando choco") Fazem chá de casca de laranja mais uma outra erva "Carmelitana" e uma pitada de sal.
Dizem que depois de beber isso a pessoa fica logo liberta como ele disse "arrotanto e ventando o mal para fora".
Uma outra chamada de "jatobá" da casca dessa árvore e do fruto também fazem xarope para o catarro.
E esta foi a minha lição de hoje. Mas a maior lição foi tê-lo conhecido. Uma pessoa tão pobre e tão simples mas que "transpirava" rectidão, honradez e sabedoria.
Não há dúvida que a melhor viagem que se pode fazer é conhecer pessoas pelo caminho...

Posso estar a parecer exagerado mas se tivessem estado lá seriam da minha opinião.
Fui logo encontrar por acaso uma das pessoas que sabe mais sobre as ervas curativas da região. Ele trabalha no hospital como ajundante mas quando há juntas médicas e palestras pedem a este senhor, que tem das maiores simplicidades que eu alguma vez conheci, para se reunir com eles.
Fizemos uma boa amizade e fiquei com o endereço dele para continuarmos em contacto.

Acabei por ir à cachoeira lá de Santo António tirar umas fotos. É uma zona de rápidos do rio em que desagua numa zona calma em que fazem pesca. Finalmente tirei uma que fiquei realmente satisfeito!!

Voltei para a cidade de ônibus debaixo de uma chuvada tropical danada.
-Chegar ao hotel
-Banho no balneário comum do hotel (já não tinha quarto)
-Empadas para jantar
-E net agora a escrever isto a fazer tempo para o Ônibus que só sai à uma da manhã para Guajará-Mirim (seis horas de viagem). Tem a vantagem que fazendo a viagem durante a noite poupo no hotel e chego lá ao nascer do sol. Depois tenho que atravessar aí o rio para entrar na Bolívia.

Kisses & Hugs

1 Comments:

At 11:55 PM, Blogger Sáimon Rio said...

Legal! Gostei muito do seu blog!

 

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